Happy Valentine’s Day! É hoje!
Diferente do Dia dos Namorados, no Brasil, Valentine’s Day, nos EUA, significa o dia não só para namorados, como também para a confraternização entre qualquer um, seja através de cartões postais, flores e cantadas.
Resumidamente, seria uma data criada pra tentar ajudar os seres humanos a desenvolverem melhor sua vida social, seja na parte da amizade, ou no romance mesmo - servindo como uma mãozinha aos tímidos que não conseguem se declarar nos demais dias do ano.
Diante desta data em que o amor contemporâneo é discutido e transmitido, inevitavelmente acabei me recordando do filme Closer, lançado há pouco menos de um mês aqui no Brasil. Não tentarei tecer comentários sobre a qualidade técnica da película; ou a fantástica, surpreendente e emocionante interpretação do elenco. Definitivamente, não tenho neste momento nenhuma pretensão desta espécie. Também não quero me alongar a descrever a história, portanto, se você não assistiu o filme e quer entender o que estou escrevendo, entre neste site de cinema.
"Closer é um filme terrivelmente cruel, real, e que revela a hipocrisia dos relacionamentos modernos sem pregar soluções, mas indicando onde a sociedade deslumbrada pelas belezas do sexo enfurnou a conexão espiritual com outro ser humano: atrás das caixas de papelão de um sótão empoeirado". É impossível você não se enxergar de alguma forma nesse filme, pois Closer se alimenta peculiarmente de nossas angústias, neuroses e babaquices conjugais.
Felizmente eu ainda consigo acreditar que as coisas não precisem ser sempre assim. Aliás, fica muito mais fácil de fazer acontecer o verdadeiro quando percebemos que só é errado porque nós, esses eternos idiotas e impressionáveis, deixamos que seja assim.
O que mais vemos hoje em dia é um monte de mulheres bonitas e bem-sucedidas, vivendo cheias de glamour e solitárias; saindo com homens que encontram na internet; entrando em listas e sites especializados em encontros; oferecendo o curriculum profissional como parte do encanto; e desejando encontrar um cara que seja um "parceiro de potenciais". E dentro deste universo medíocre, as tentações para a diluição de nossas almas são grandes, mas não são maiores que o seu próprio poder de dizer "não é assim comigo".
Pra mim, o amor é simplesmente o desejo de ser, pertencer, se dar, de olhar nos olhos, receber, cuidar, proteger, desejar, respeitar, aceitar e querer. Eu, pessoalmente, tenho tentado seguir meu caminho numa boa; e se aparece alguém sério, maduro, que dá valor a mim, e desperta aquilo que todo coração de mulher deseja, não vou fujir mais... me darei uma chance de descobrir se pode ser!
A nossa função neste mundo não é de ter muita certeza de como as coisas vão acabar acontecendo, portanto, dou um “chega pra lá” na covardia e me mostro aberta, porém não disponível! Acontece que não depende só de mim, mas que a outra pessoa também assuma uma atitude de coragem frente ao amanhã. E aí, vêm o mistério...
Enfim, pra terminar esta reflexão sobre o amor, reproduzo fielmente aqui um texto sobre relacionamento afetivo que o fantástico e iluiminado Caio Fábio escreveu.
Tenham todos um feliz e reflexivo Valentine’s Day!
“ Encontro-humano-conjugal implica em algumas coisas essenciais:
1. Atração física: sem ela, só no tempo da delicadeza; e olhe lá...
2. Atração psicológica: que implica em admiração e confiança. Tem que haver charme e respeito. Sem esse “poder” não vai!
3. Atração e afinidade espiritual: nesse caso, se “ele” for um cristão, será infinitamente melhor, se for gente boa de Deus. Mas se for apenas evangélico, tome cuidado. Doença de evangélico que se casa apenas por causa de falta de opção e por causa apenas “do tal do jugo desigual”, promove o mais desigual de todos os jugos: o jugo de se viver com quem não se ama, apenas porque o irmão-zinho é bom-zinho. Aí, é melhor ficar só-zinho!
4. Atração pelos objetivos mútuos e complementares: dois jamais andarão juntos, se não houver acordo: acordo, é um coração.
5. Atração intelectual: enquanto os potros estão jovens, vale tudo, mas o sexo cobre multidão de deficiências. Mas quando se chega à maturidade—especialmente quando os dois, ou um deles, trabalha fora—, então, se não houver aquele molho de encontro mental, um dos cônjuges pode entrar nos processos de comparação, e dizer para si mesmo: o que eu estou fazendo aqui, com tanta gente bela e inteligente dando mole, para depois chegar em casa e não poder nem trocar três palavras com ele (a)? Aí, nesses tempo, a afinidade mental será essencial.”
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